A invasão coreana

   Domingo à noite, depois de um exaustivo dia de trabalho, resolvi fazer uma coisa que não fazia há muito tempo!  Beber alguma coisa alcoólica.  Escolhi justamente uma bebida coreana que está na moda por aqui. Pois é, agora chegou a vez do Japão ser invadido pela Coréia do Sul.  Não é uma invasão militar. É a entrada da cultura pop coreana por aqui.
   De alguns anos pra cá tudo parece girar em torno da Coréia do Sul, num fenômeno conhecido por aqui como Hanryu. Começou com a comida, depois as novelas, cantores pop e agora até a bebida.

Casal protagonista de Fuyu no Sonata

   A Coréia esta para a Ásia, assim como o México pqara a Ámerica Latina.  Sai uma novela lá, faz um relativo sucesso e logo exportam pros países vizinhos.  Primeiro foi aquela novela Fuyu no Sonata, traduzindo pro português seria algo como Sonata de Inverno. Como toda boa novela coreana, ela fazia as donas de casa chorarem litros de lagrimas.  O ator principal se tornou o galã das donas de casas japonesas.  A audiência do canal que transmitia a novela  aumentou e muito.  Foi o suficiente para as outras emissoras seguirem o exemplo e importar os dramalhões coreanos um após o outro, e assim formar um exercito de galãs coreanos. Os Gianecchinis de olhos puxados!

Big Bang

Kara

    Depois foi a vez da música.  Nada contra a música coreana, mas  parecem todos iguais.  Grupos de moças e grupos de rapazes.  No melhor estilo Menudo ou Rouge. E o mais incrível!  Todos cantam em , pasmem, japonês! Mas na hora da entrevista, não sabem sequer formar uma frase no idioma daqui. E mesmo assim, conquistam fãs e mais fãs.
   Quem nunca viu aquele video clipe  altamente romantico, em que uma moça fica cega e o rapaz, muito apaixonado lhe doa as córneas e termina os seus dias cego? Invariávelmente nas novelas, nos videos clipes, filmes e até desenhos animados, sempre tem alguma morte, alguma perda e protagonista sempre tem que fazer algum sacrifício. Isso quando o próprio protagosnista não morre.  Dramático

yukke, você se arriscaria?

Kimchi

bibimbap

     Isso sem contar a invasão nas mesas japas.  Diversos pratos típicos do país vizinho agora são encontrados com uma incrível facilidade.  O kimchi, prato a base de acelga com pimenta, já se tornou popular aqui na ilha. Tem até uma franquia de fast food especializada no bibimbap, que nada mais é do que uma enorme tigela cheia de arroz, com diversos ingredientes  coreanos por cima. À primeira vista, pode parecer estranho, tem até um ingrediente que se parece com minhocas.  Isso sem falar dos incontáveis yakinikus , restaurantes especializados em carne, onde o fregues assa a carne numa grelha embutida na mesa. E são nesses restaurantes que se servem o yukke.  Um prato pra lá de estranho aos ocidentais.  Um montinho de carne picada , crua e servida com um ovo cru cobrindo tudo.  Ah, e esse prato se come cru mesmo!  No mês de maio, foram cerca de 10 mortes por intoxicação alimentar.  Todos haviam comido o Yukke!  Culpa do fornecedor da carne que não manipulou bem e deixou que servissem crua mesmo.

makkori

     Mas voltando ao assunto inicial,  domingo bebi  o makkori, uma bebida tipica da Coréia do Sul que é febre entre os jovens de lá.  Mais pelo preço do que pelo sabor. É como se os jovens brasileiros resolvessem beber pinga por ser mais barato. E agora, estã virando moda por aqui.
     A bebida é muito ruim. É feita a partir de arroz fermentado. Posso definir o sabor!  É como estivessemos bebendo yakult, sem açúcar e com alcóol.  Me custou 2, 5 doláres uma latinha, o que daria pra comprar duas latinhas de cerveja.  Aquilo fez um mal tremendo.  Não sei se porque eu estou desacostumado a beber ou porque a bebida faz isso. Fiquei bebado, com taquicardia e acordei no dia seguinte com gosto de cabo de guarda chuva na boca! Definitivamente, nunca mais vou nessa onda coreana!